quinta-feira, 20 de maio de 2010

Invasão de imigrantes vira problema social na África do Sul.



Estrangeiros são 10% da população, sendo que muitos vivem na miséria.
Maior comunidade é de zimbabuanos com 3 milhões de pessoas.

     A terra da Copa do Mundo é também a terra das oportunidades para todo um continente. Ano após ano milhões de africanos cruzam a fronteira da África do Sul, a maior economia da região. Antes mesmo de conforto ou luxo, buscam muitas vezes apenas um emprego e uma perspectiva. A maior comunidade é a dos zimbabuanos, que fugiram da grave crise econômica que devastou o país e elevou o desemprego a inacreditável taxa de 95%. Estima-se que cerca de 3 milhões morem atualmente na África do Sul. Significa que um quarto da população do Zimbábue se mudou para o vizinho.
     Há também milhares de nigerianos, moçambicanos e congoleses, entre outros. Estima-se que 10% dos 49 milhões de habitantes da África do Sul sejam estrangeiros. O movimento migratório tornou-se um problema social na África do Sul, país onde o desemprego atingiu 24% segundo a última estatística, de 2009. Muitos sul-africanos acusam os imigrantes de espalharem doenças como a Aids e de roubarem seus empregos, como mostrou uma pesquisa coordenada pelo Instituto de Imigração do Sul da África.
     De fato é muito comum ver estrangeiros como domésticas ou garçons. Trata-se de uma mão-de-obra em geral mais barata e muito dedicada.
     A violência contra os imigrantes parou com a proximidade da Copa do Mundo, mas acho que vai voltar depois. Muitos sul-africanos ainda nos culpam pelos problemas do país"
     Senga Thotho, imigrante congolês
     A tensão chegou ao ponto máximo em 2008, quando ataques xenofóbicos em várias cidades do país deixaram 62 mortos e outros 13 mil desabrigados. Um zimbabuano de 20 anos, morador de Polokwane (uma das sedes da Copa do Mundo), relembra o dia em que sofreu o ataque.
      "Um grupo de pessoas invadiu minha casa e pediu para que eu mostrasse minha identidade sul-africana. Disse que não tinha e eles começaram a me agredir com pedras, socos e chutes. Consegui fugir, mas eles me pegaram de novo e me bateram muito até eu ficar coberto de sangue no chão. Só me deixaram porque acharam que eu estava morto", descreve.

 
Redator: Fábio Augusto
Postagem: Letícia Ferreira

Nenhum comentário:

Postar um comentário