domingo, 16 de maio de 2010

Expulsos do Jardim Romano tentam criar um bairro

     

   Cinco meses após o Jardim Romano ser inundado por enchentes, 139 famílias que perderam suas casas tentam agora recomeçar suas vidas em um terreno particular ocupado na Vila Curuçá. Os dois bairros ficam na zona leste. Entidades ligadas ao movimento dos sem-teto ajudam as famílias a erguer barracos de madeira e banheiros coletivos, além de controlar quem entra no local. O barulho ou som alto é proibido após as 22 horas, para não incomodar os vizinhos. A luz elétrica já ilumina as ruas da ocupação, onde entram todos os dias carros lotados de donativos e de cestas básicas arrecadados pelo Movimento Terra Livre.
     As famílias dizem que o bolsa-aluguel de R$ 300 mensais pagos pela Prefeitura é insuficiente para alugar um imóvel. "Aqui foi a única opção que nos restou. Com R$ 300 não consigo alugar nem quarto em cortiço", reclama a dona de casa Eliete Jesus Almeida, de 36 anos.  "Ficamos desabrigados no dia 8 de dezembro e até agora nenhuma moradia foi construída", afirma Renata Nere, de 27 anos, que vivia havia 9 no Jardim Romano, apelidado pelos moradores de Jardim Pantanal. Renata só falou com a reportagem após autorização das entidades que coordenam a ocupação. "Existe uma comissão de imprensa", disse.
     Os vizinhos no entorno solicitaram a presença da PM, que mantém duas viaturas em frente à ocupação. O terreno onde estão as famílias do Jardim Romano é cercado por sobrados residenciais e por um conjunto de edifícios que está prestes a ser inaugurado. O terreno ocupado tem 10 mil metros quadrados e pertence a um agricultor da região, mas foi declarado de utilidade pública pela Prefeitura em fevereiro. É um dos nove espaços nos quais o governo pretende construir até 5 mil moradias para os desabrigados de bairros localizados na várzea do Rio Tietê, no extremo leste da cidade. No local está prevista a construção de um conjunto habitacional com 228 apartamentos, que serão financiados pela Companhia Metropolitana de São Paulo (Cohab), empresa da Prefeitura. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo. 

Redatora: Letícia Ferreira

Sem-teto armam barracas ao lado da Prefeitura de SP



  Cerca de 700 sem-teto armaram barracas na calçada do Viaduto do Chá, ao lado do prédio da Prefeitura de São Paulo, após duas mil famílias terem ocupado dois prédios abandonados na região central e um terreno na zona sul da cidade. Segundo a Frente de Luta por Moradia (FLM), o uso dos três locais para construção de moradias de interesse social é uma antiga reivindicação do movimento.

  No centro, foram ocupados o Edifício Prestes Maia, próximo à Estação da Luz, e um edifício na Avenida Nove de Julho que pertencia ao Instituto Nacional do Seguro Social (INSS). As famílias também ocuparam um terreno em M''Boi Mirim.
 
  Ivaneti de Araújo, coordenadora do Movimento Sem-Teto do Centro (MSTC), afirma que 172 famílias despejadas em 2007 do Edifício Prestes Maia ainda não têm onde morar, apesar de muitos prédios na região central estarem vazios. "Há mais de 400 imóveis vazios no centro, com dívidas milionárias de IPTU (Imposto sobre a Propriedade Predial e Territorial Urbana), que poderiam se tornar moradia de interesse social", diz.
  
  Em carta aberta, a FLM afirma que "moradia digna é um direito" e pede projetos de habitação popular, aquisição das terras por preços justos, desapropriação dos imóveis dos devedores de impostos e medidas fiscais, como o imposto progressivo para os imóveis vazios e abandonados.


Fonte: Estadão


Redatora: Tamires Vasconcellos

 

Frente de Luta por Moradia (FLM)




  A Frente de Luta por Moradia (FLM) é um coletivo de luta por moradia, formado por representantes de movimentos autônomos que somam esforços para conquistar projetos habitacionais. Os movimentos que integram a Frente são comprometidos com a implantação de políticas sociais destinadas à população de baixa renda.
 
  A FLM estimula e articula ainda lutas populares em geral, defendendo a luta popular permanente, o mais abrangente possível, com participação intensa das famílias.
 
  A Frente participa de outras organizações de luta social, em âmbito internacional, nacional, estadual, regional e municipal, visando somar esforços no sentido de fortalecer o desenvolvimento de programas habitacionais e sociais para as famílias de baixa renda.


Redatora: Tamires Vasconcellos